terça-feira, 6 de agosto de 2013

Em seus lábios há palavras
Que deslizam pela alma
E em seus olhos azuis, como um raio de luz
Quase como um carma

Em seus lábios há indícios
De que existe o paraíso
E em sua pele há um mar que quero navegar
Sem um rumo fixo...

Melhor Amiga : Posso Falar com você ?
Melhor Amigo: Pode falar
Melhor Amiga: Olha sei que pra você pode ser bobagem mas sabia que sinto falta de como éramos antes. De como nossa amizade era linda, de quando contávamos um com o outro e agora nem nos falamos mais né . Dói né ?
Melhor Amigo: Sinto também muitas saudades de antes. E é tudo estranho porque antes conversávamos horas e horas e hoje vejo você online e parece que é como uma estranha.
Melhor Amigo : O que será que aconteceu pra estarmos assim tão afastados?
Melhor Amiga : O amor. Ele é o culpado de tudo. Eu me apaixonei por você e achei que você me amava da mesma forma. Sofri todo esse tempo calada com medo do que isso podia causar. Com medo de estragar nossa amizade, com medo de perder você. Mas quero que saiba que tudo que vivemos foi bom. Todos os momentos que passamos ao lado um do outro foram inesquecíveis. Mas…
Melhor Amigo : Mas..?
Melhor Amiga :Não podemos continuar amigos, porque já não te vejo mais assim. E vai ser uma das coisas mais horríveis da minha vida ter que vê- lo feliz com outra.
Melhor Amigo : Mas saiba que só você me faz feliz só a sua presença é única na minha vida não quero perde-lá.
Melhor Amiga : Não quero que fique comigo por pena. Quero alguém que me ame do jeito que eu sou.
Melhor Amigo : Então posso ser esse Alguém na sua vida ?

segunda-feira, 22 de abril de 2013


Saudades
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades…
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei…
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser…
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro…
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser…
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências…
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que…
não sei onde…
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi…
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês…
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados…
para contar dinheiro… fazer amor…
declarar sentimentos fortes…
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
“I miss you”
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades…
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência…
Clarice Lispector
“Eu queria era “fazer” alguma coisa, como se escrever não fosse fazer. Mas, por tolerância hoje para comigo, não estou me envergonhando totalmente de não contribuir para nada humano e social por meio de escrever. É que não se trata de querer, é questão de não poder. Do que me envergonho, sim, é de não “fazer”, de não contribuir com ações. (Se bem que a luta pela justiça leva à política, e eu me perderia nos meandros dela.) Disso me envergonharei sempre. E nem sequer pretendo me penitenciar. Não quero, por meios indiretos e escusos, conseguir de mim a minha absolvição. Disso quero continuar envergonhada. Mas, de escrever o que escrevo, não me envergonho: sinto que, se eu me envergonhasse, estaria pecando por orgulho.”
Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.
Eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha - e tenho - pra você.

Clarice Lispector
E até morrer vou viver apenas de momentos? Não, dai-me mais do que momentos. Não porque momentos sejam poucos, mas porque momentos raros matam de amor pela raridade

Clarice Lispector